segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Deixa-me seguir para o mar

Mário Quintana

Tenta esquecer-me... 

Ser lembrado é como evocar-se um fantasma... 

Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...


Em vão, em minhas margens cantarão as horas,

me recamarei de estrelas como um manto real,

me bordarei de nuvens e de asas,

às vezes virão em mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas! E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, as imagens perdendo no caminho... Deixa-me fluir, passar, cantar... toda a tristeza dos rios é não poderem parar!

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