terça-feira, 28 de abril de 2009

Maldição

Olavo Bilac

Se por vinte anos, nesta furna escura, 
Deixei dormir a minha maldição, 
_ Hoje, velha e cansada da amargura, 
Minha alma se abrirá como um vulcão.

E, em torrentes de cólera e loucura, 
Sobre a tua cabeça ferverão 
Vinte anos de silêncio e de tortura, 
Vinte anos de agonia e solidão... 

Maldita sejas pelo ideal perdido! 
Pelo mal que fizeste sem querer! 
Pelo amor que morreu sem ter nascido! 

Pelas horas vividas sem prazer! 
Pela tristeza do que eu tenho sido! 
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adoro poesias, e blogs de poesias são as melhores coisas que existem pois vem sempre as seleções das melhores para que possamos ler, vou favoritar.

    Gostei muito também quando você publicou o A Máquina do Mundo do Carlos Drummond de Andrade,me identifico muito com ele.

    Parabéns por sua dedicação

    BLOGdoRUBINHO
    www.blogdorubinho.cjb.net

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