segunda-feira, 13 de abril de 2009

Paulo Leminski

já me matei faz muito tempo 
me matei quando o tempo era escasso 
e o que havia entre o tempo e o espaço 
era o de sempre 
nunca mesmo o sempre passo 

morrer faz bem à vista e ao baço 
melhora o ritmo do pulso 
e clareia a alma 

morrer de vez em quando 
é a única coisa que me acalma 

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